terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dia de Finados





O dia de finados provavelmente tem a mesma origem do dia das Bruxas, ou seja, deriva da antiga festa da morte do deus, na mitologia celta, quando os espíritos dos mortos vinham visitar os vivos. A comemoração era também o dia de ano novo para o antigo povo celta, que habitava onde hoje é a Irlanda, Inglaterra e parte do continente Europeu. Essa festa era comemorada pelos celtas do dia 30 de Outubro até o 2 de novembro, e também pelos povos pagãos no início da era cristã.
A Igreja Católica resolveu instituir no mesmo intervalo de tempo o Dia de Todos os Santos (dia 1º de novembro), para homenagear os mortos que “morreram em graça mas não foram canonizados”, e o dia seguinte, 2 de novembro, como dia de finados, para “homenagear os mortos que não são lembrados por ninguém mais”. Esse feriado também deriva do culto aos ancestrais, praticados pelos antigos romanos. Esse sincretismo começou após a oficialização da igreja por Constantino, em aproximadamente 321 d.C, e então práticas pagãs começaram a penetrar na igreja cristã.
Mas o que Deus fala sobre isso? Não encontramos na Bíblia passagem alguma que diga que devemos fazer orações aos mortos. A tradição católica usa uma passagem do livro de Macabeus para justificar essa prática, porém esse livro não é considerado canônico, ou seja, não foi inspirado por Deus.
No livro de Hebreus 9:27, Deus diz que: E aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo. Por aqui, vemos que após a morte, não há nada que possamos fazer pelos mortos, pois agora eles estarão perante o Senhor para serem julgados.
A base para a oração aos mortos, é que eles estariam em um local “provisório”, chamado purgatório, que serviria para que os mortos fossem punidos por seus pecados, durante um tempo, para que depois pudessem ir ao paraíso. Porém Cristo nunca falou sobre isso, e Ele próprio nos advertiu que temos apenas duas portas: entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que há encontrem (Mateus 7:13,14). Quando chamou o jovem à segui-lo, este pediu para deixá-lo enterrar seu pai primeiro, mas Cristo disse: Deixa aos mortos enterrar os seus mortos (Lc 9:60). Cristo aqui se referia aos mortos espirituais, os que não O conheciam, mas agora estamos vivos para Deus e mortos para o mundo.
Podemos ver ainda na história de Lázaro (Lucas 16:19-31), que quando o homem rico que estava no inferno pediu que Lázaro molhasse seu dedo na água e molhasse a ponta da sua língua, Abraão disse: E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá (v. 26). Vemos então, que há chance de salvação vem apenas enquanto há vida, mesmo que venha no último instante: Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Romanos 10:13).
Sabe-se que essa comemoração além de mostrar a cegueira espiritual que vivem os que tais coisas praticam, tem suas conotações econômicas. Tanto para igreja Católica, que tem seus faturamentos aumentados, quanto para o comércio que tem na venda de velas e flores um meio de crescimento dos lucros.
No entanto, precisa-se lembrar que esta comemoração é levada a sério por aqueles que crêem que seus parentes precisam de missas, flores e velas. Os que conhecem a verdade devem, com amor, pregar a mensagem do evangelho sem ferir os sentimentos desses. Deve-se ter em mente leva os não crentes a aceitarem a tão grande salvação em Cristo Jesus. Quanto aos mortos, lembra-los que não há nada mais que se possa fazer por eles.


Marcus Vinícius Barros de Azevedo, com colaboração do Pr. Valdir Gomes (Pastor titular da Igreja Batista Regular nos Bancários), publicada originalmente em www.apibre.com.br